• Dom Filipe - Abade do Mosteiro do Rio de Janeiro

    A INTERIORIDADE HOJE: UM VALOR EM CRISE?



    A INTERIORIDADE HOJE: UM VALOR EM CRISE?



    1. Introdução
    Recente notícia divulgada no meio virtual fez a seguinte projeção: no mais tardar, em cinco décadas, o mundo, globalmente considerado, chegará quase que completamente ao ateísmo ou ao indiferentismo religioso.
    Existe algum equívoco nesta informação. São fatos atuais um crescimento do Islamismo e um novo olhar para o Budismo; um inegável aumento dos evangélicos; um vivo interesse por exercícios de concentração e filosofias das mais variadas, em troca da religião tradicional; triplicou o turismo religioso, etc.
    Como quer que seja, a notícia provoca um questionamento. Será que o homem do nosso tempo está abdicando do necessário cuidado da vida interior através  da Religião? Logo hoje, onde mais do que outrora, ele preocupa-se com sua aparência e sua alimentação saudável, com o meio ambiente e a ecologia? Por que está renunciando ao cuidado da alma e da vida interior?
    Na verdade, a flutuação na procura religiosa hoje e o crescente indiferentismo, como decorrência da maneira subjetiva de como o nosso tempo se relaciona com o sagrado, aponta ainda para outra realidade. Há uma grande inquietação no interior do homem que tem dentro de si um vazio do tamanho de Deus – vazio cada vez mais preenchido por muitas pessoas, coisas, entretenimento, e cada vez menos por Deus!
    Estará em crise a interioridade? Sim, a vida espiritual passa por uma crise, inclusive na vida da Igreja e na vida religiosa consagrada, por está sendo cultivada em perspectiva mais humana e natural do que sobrenatural.
    Ademais, a vida interior que já foi sinônimo de vida espiritual, hoje tende a ser vista ou vivida de modo mais exterior, para fora. Assim como o universo, depois da explosão inicial, nós também estamos em fase de expansão e de afastamento do centro.
    Estamos constantemente de saída para o exterior, o visível e o múltiplo através das cinco portas que são os nossos sentidos. Esta saída pode ser, pelas exigências mesmas da vida pós-moderna, a causa básica da crise espiritual que vive o homem de hoje.
    Daí a necessidade de, sob o olhar de Deus e assistidos pelo Espírito Santo – vida espiritual, significa vida animada pelo Espírito – retornamos ao silêncio e ao recolhimento, para assim chegarmos ao secreto do coração. É preciso, no dizer de Santo Agostinho, voltar ao coração: “Voltai ao coração, reentrai em vosso coração! Para onde quereis ir distantes de vós mesmos? Por que vos colocais em estradas desertas? Deixai este caminho que vos conduz fora do rumo, voltai ao Senhor! Primeiro entra em teu coração, tu que te tornastes estranho a ti mesmo por tanto vaguear, porque aí se encontra a imagem de Deus” (In Ioh. Ev. 18,10).
    Como se vê, Santo Agostinho fala de uma vida fora de nós. É através do cultivo da interioridade que voltaremos ao centro da vida cristã, a Pessoa de Jesus Cristo – cristão vem de Cristo – ou nunca sairemos dele. Só no exterior, em estradas desertas e fora do rumo, correremos o perigo mostrado por Jesus: “Com efeito, que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se ele se perder ou arruinar a si mesmo?” (Lc 9,25).
    Nas linhas seguintes refletiremos sobre a interioridade hoje. Após a apreciação de alguns breves aspectos do nosso tempo e do tempo após o Concílio do Vaticano II, olharemos para o exercício da mesma a partir de Jesus, da Tradição e dos Santos.

    2. O nosso tempo
    O mundo atual apresenta várias características novas, sobretudo depois da II Grande Guerra (1914), que desde então passaram a influenciar e a alterar sobremaneira a vida e as relações humanas em geral.
    Proféticas as palavras do Papa Bento XV (1914-1922), ao então Abade Primaz da nossa Ordem Beneditina, Dom Fidelis von Stotzingen, quando do início da II Guerra Mundial:“Com a guerra que acaba de iniciar-se está começando um tempo novo. O mundo em que nascemos está por terminar. Virá um novo e total reacerto político, econômico, filosófico; uma ruptura análoga à da época de São Bento, quando da ruína do mundo antigo nasceu a Idade Média cristã” (Cf. Benedictina 1,1947,5).        
    O Papa estava certo, pois o reacerto aconteceu. Diz o Documento de Aparecida que a mudança pela qual passa o mundo é mais profunda do que possa parecer, está atingindo mesmo o âmago da atual civilização. Afirma que nesta “mudança de época e de civilização, se dissolvem a concepção integral do ser humano, sua relação com Deus e com o mundo. Está em curso a gestação de uma nova civilização, com características novas, que comportam aspectos positivos e também outros aspectos que desafiam os vários campos da vida (nº 63 s).
    Além do racionalismo, do ceticismo, do ateísmo, do subjetivismo e do agora crescente indiferentismo, são percebidas as marcas do novo tempo. O imediatismo, que fragiliza a capacidade da sociedade em esperar o desenrolar natural da vida e dos acontecimentos – tudo tem que ser logo! A globalização, processo centrado no econômico que afeta o mundo todo, no qual aparece o domínio da ciência e da tecnologia, criando aspirações nem sempre necessárias e incentivando o consumismo. A abundância da informação cada vez mais ao alcance de todos, sobretudo pela internet. Esta, nem sempre confiável, pode prejudicar a capacidade de reflexão e o espírito crítico; cresceu a informação, não a formação.
    É notório que tal contexto vem influenciando os vários domínios da nossa civilização, também o âmbito religioso, sobretudo na procura espiritual e na relação com o sagrado. É fato concreto no âmbito vocacional: os jovens que procuram os seminários e as casas religiosas hoje, chegam com sinais deste novo tempo, sinais que precisam passar por uma conversão, a fim de que sejam vividos com fruto na nova vida.


    3. O tempo pós conciliar
                Sabemos que ganhou vida e caminho a idéia Conciliar de uma Igreja para o mundo.  Este princípio, direta ou indiretamente, ocasionou uma série de situações, boas e delicadas, que ainda hoje oferecem desafios ao caminhar da Igreja.
                Tal princípio de uma Igreja para o mundo fez que, às vezes, o ideal antigo de ‘fuga do mundo’ fosse substituído pelo ideal de ‘fuga para o mundo’.
    Houve ainda quem justificasse teologicamente uma nova orientação que tomou o nome de ‘teologia da morte de Deus’, assim apresentando-se: Deus mesmo nos deu o exemplo; encarnando-se Ele se esvaziou, saiu de si mesmo, da interioridade trinitária; Ele mundanizou- se, dispersou-se no profano, tornou-se um Deus fora de si.
    Outro aspecto foi priorizar em demasia a urgência pelo social. Claro que tal preocupação é um valor positivo do nosso tempo, mas se não for reequilibrado, pode acentuar a projeção para o exterior e para a despersonalização do homem. Não podemos esquecer que o homem interior e o interior do homem têm necessidade de libertação e alimento espiritual, sem os quais ele pode perecer e sucumbir.
    Há ainda um fato muito sutil. O papel da interioridade cristã tem sido assumido pela Psicologia e pela Psicanálise. Não podemos negar que elas são importantes e por vezes necessárias como ferramentas de apoio à vida religiosa. Contudo, se limitar a vida da alma ao inconsciente do homem e à sua subjetividade, prescindindo de sua íntima ligação com Deus, elas poderão ocasionar mais confusão do que solução para o interior.
    Por fim, continua viva a procura por filosofias religiosas e métodos de meditação orientais com o objetivo de chegar ao fundo da alma, levando ao que chamam de introversão. Não fica claro se este fundo da alma pertence à realidade de Deus ou à do eu, e assim o conteúdo da interioridade cristã fica reduzido a uma espécie de técnica de concentração e meditação, mais do que a um encontro com Cristo vivo no coração.

    4. Refletindo
    O acima exposto leva-nos a constatação de que os acontecimentos depois da II Grande Guerra e do Concílio Vaticano II, influenciaram no caminho e no exercício da espiritualidade, levando o homem a encontrar mais a si mesmo do que a Deus.
    O que fazer?  É urgente voltar a falar de interioridade, redescobrir seu gosto, retomá-la a partir da Palavra de Deus e da Tradição, e à sua luz, reencontrar o elemento vital que o correr dos anos foi abolindo. A nossa vida e o nosso tempo, a vida da Igreja e a religiosa em geral, têm necessidade de uma primavera espiritual que nos leve a uma nova floração na vida interior.
    Fácil constatar que vivemos numa civilização toda projetada para o exterior, para fora! O homem envia suas sondas até a periferia do sistema solar e ignora aquilo que está em seu próprio coração. Hoje não se consegue viver, trabalhar, estudar, caminhar, (rezar?), sem ruído de vozes ou de música ao redor – há uma espécie de medo do silêncio que leva ao atordoamento.
    Vale lembrar que a Filosofia propaga a necessidade do cultivo da interioridade. Platão e seu discípulo Plotino falam do valor do recolhimento. O primeiro convida-nos a recolher-nos em nós mesmos, concentrar-nos, afastando-nos da dispersão do mundo e do nosso próprio corpo (Fédon, 67 c; 83 a). O segundo, Plotino, tomando e desenvolvendo o programa do mestre, fala no Tratado sobre o Bem e o Uno, de um “entrar silenciosamente no isolamento e num estado que já não conhece perturbações, entrar no interior, nos íntimos recônditos de si mesmo” (Enéadas, IX, 9, 9). Que sutis intuições da interioridade saídas da pena de dois pagãos!

    5. Jesus: nosso modelo de vida interior!
    Contudo, não é a Filosofia grega ou a de qualquer tempo, que nos apresenta o caminho da interioridade ideal, mas, sim, o próprio Jesus. Foi justamente seu desejo renovar a religiosidade judaica, muitas vezes encerrada em ritualismos e legalismos, centrando-a num relacionamento íntimo e vital com Deus.
    Jesus, antes de sair ao encontro de todos e de tudo, se recolhia para ficar com o Pai. Impressiona o quanto Ele rezava (Lc 1,49; 2,19; 2,51; 3,21; 6,12; 9,28; 22,41-44); recolhia-se para rezar, inclusive de madrugada (Mc 1,35; 6,46; Lc 5,16); como também ensinou a rezar (Lc 11,1), e ainda recomendou o ideal da oração contínua (Lc 18,1).
    Homem de vida profundamente interior, Jesus não se cansa de chamar de volta para o segredo do coração, lugar onde se opera o verdadeiro contato com Deus e com sua vontade, contato do qual depende o valor de qualquer ação: “Quando orardes entra no teu quarto e, fechando tua porta, ora ao teu Pai que está lá, no segredo; e o teu Pai, que vê no segredo, te recompensará” (Mt 6,6). Percebe-se o quanto Ele mesmo cultivava esta realidade para manter-se unido ao Pai.

    6. Jesus, a Tradição e os Santos
    A Tradição, refletida em muitos Padres e Santos da nossa Igreja, soube beber na fonte apresentada por Jesus. Ela, a Tradição, acentuou com extraordinária lucidez, que reentrando em si mesmo o homem encontra Deus e não um deus genérico e impessoal, mas o Deus revelado em Cristo. Não encontra o espírito, mas o Espírito Santo.
    Esta última revelação é profunda e decisiva, pois sem a ação do Espírito em nós, qualquer procura espiritual ou vivência interior, certamente levará o homem ao encontro de si mesmo, e não ao Deus que o criou. Encontrará a um deus por ele criado para preencher suas necessidades religiosas pessoais. Isto é muito sério para a vida espiritual!
    Não se podemos construir e exercitar uma vida interior dialogando com um deus por nós criado. Cedo ou tarde o equívoco será traduzido em desânimo, falsas piedades, ativismo espiritual, sacerdócio estéril, abandonos. Ora, como é possível obter respostas ou consolações para as inquietações do coração e da alma, de um deus que criamos?
    Nesta perspectiva, os Padres e os Santos têm muito a nos ensinar.
    Santo Ambrósio, ao comentar o texto de Mt 6,6, onde Jesus convida a entrar no próprio quarto e fechar as portas para rezar ao Pai, disse: “Este quarto não é só o quarto cercado de paredes; é também o quarto que está em ti mesmo, no qual se fecham os teus pensamentos e no qual habitam os teus afetos” (De Caim et Abel, 1,9).
    Santo Agostinho, por sua vez, exorta num texto já mencionado “Na interioridade do homem habita Cristo” (In Ioh. Ev. 18,10). Ora, esse pensamento não vem de Plotino, mas de São Paulo, que tinha falado de Cristo que habita pela fé em nossos corações (cf. Ef 3,17). Quando chegamos ao centro, ao coração, encontramos não um ponto, não uma unidade impessoal, mas um ‘tu’: Jesus Cristo! Da interioridade pagã a cristã o salto é infinito. O homem, voltando a si mesmo, não encontra só a si mesmo, o seu eu, mas encontra o Outro por excelência, Deus, razão de sua existência.
                Nosso pai São Bento fugiu da exterioridade e se refugiou na gruta de Subiaco para aí habitar consigo mesmo sob o olhar de Deus. A partir do seu encontro pessoal com o Senhor, surgiram seus mosteiros como grutas espalhadas pelo mundo inteiro apontando para o caminho da atenção a Deus. A vida monástica não tem outro fim, a não ser dar atenção a Deus, nada antepondo ao amor de Cristo!
                Ele chama de “Arte Espiritual” o seu programa de vida monástica, ou seja, arte de crescimento no Espírito. Esta arte recorre a instrumentos múltiplos enunciados no decorrer do capítulo 4º, instrumentos que hão de ser aplicados “incessantemente, dia e noite, e devolvidos no dia do juízo” (RB 4,75). Por conseguinte, nosso pai designa seu discípulo como operário perito em arte espiritual, experimentado na vida interior.
    Sua Regra é um convite à vida interior (Prol; 4,20; 4,55; 4,56; 19; 20; 52). Impressiona no cap.48, sobre o trabalho manual cotidiano, ele mencionar sete vezes (versículos 1.4.10.13.14.17.22), a necessidade da leitura espiritual, a Lectio Divina, como meio de interiorizar a Palavra de Deus e cultivar a vida espiritual.
    Ao mesmo tempo em que a nossa civilização suspeita da Igreja e da religião institucionalizada, talvez não muito dos mosteiros. Existe ainda certa confiança em que nos mosteiros se pode descobrir e contemplar o mistério de Deus. Esta confiança aumenta em nós, filhos e filhas de São Bento, a responsabilidade de fazermos de nossos mosteiros lugares de vida interior, espaços onde Deus e seu Filho Jesus Cristo possam ser percebidos em cada um de nós, em nossos rostos, em nossas vidas, no nosso agir. Sim, “uma Comunidade religiosa deve ser mais do que um lugar onde fazemos nossas refeições, recitamos algumas orações e voltamos todas as noites para dormir. Deve ser um lugar de ressurreição onde nos ajudamos a nos fazer novos” (Timothy Radcliffe).
    Ao enviar seus frades pelo mundo, São Francisco de Assis assim falava: “Nós levamos sempre conosco um eremitério para onde quer que vamos, e toda a vez que o quisermos podemos, como eremitas, recolher-nos nesse eremitério. O irmão corpo é o eremitério e a alma o eremita que ali vive para suplicar a Deus e meditar” (Leg. Perug. FF 1,636). Mostra-nos, deste modo, a antiga idéia da cela interior que cada um traz consigo mesmo, na qual é sempre possível retirar-se em pensamento para reatar o contato vivo com a Verdade que habita em nós.
    Duas Carmelitas falam com muita propriedade deste encontro com Deus no interior. No seu Castelo Interior, um dos melhores frutos da doutrina cristã sobre a interioridade, Santa Teresa d’Avila concebe a alma como um castelo de sete andares. Estes são os graus de consciência pelos quais temos de passar, através da introspecção, até chegarmos ao centro, onde se dá a plenitude do encontro com o Amado da alma.
    Foi o que aconteceu com Santo Agostinho: “Tu estavas dentro de mim e eu fora de ti, e te procurava aqui em baixo, atirando-me infame sobre essas formas de beleza que são tuas criaturas” (Conf., X, 27). Quantos deveriam repetir essa amarga confissão: ‘Tu estavas dentro de mim, mas eu estava fora’, prisioneiro do ‘Castelo Exterior’, onde é possível, e hoje constatamos que sim, alguém fechar-se nele, fechar-se fora de casa e de si mesmo, incapaz de entrar, refém da exterioridade.
    A bem-aventurada Elisabete da Trindade revela com estas palavras de excepcional simplicidade seu encontro com o Senhor: “Encontrei o paraíso na terra, porque o paraíso é Deus e Deus está no meu coração. Deus em mim e eu nele” (Lettera 107, a madame de Sourdon).
    Sugestivas as palavras do Papa Paulo VI, aos 24/10/1964, após a cerimônia da consagração da Igreja de Montecassino: “Hoje estamos vivendo num mundo que parece tomado por uma febre que se infiltra até no santuário e na solidão. As pessoas não conseguem recolher-se. Hoje a excitação, o barulho, a ansiedade, a exterioridade, a multidão, ameaçam a interioridade do homem; falta-lhe o silêncio, a ordem, a oração, a paz, falta-lhe ele mesmo. São Bento volte para ajudar-nos a recuperar a vida pessoal, da qual hoje temos desejo, e que o progresso da vida moderna frustra enquanto o torna consciente”. Não é demais lembrar que o hoje do Papa tem quase 50 anos!

    7. Consideração final
    A interioridade é o caminho para uma vida cristã autêntica. A história do filho pródigo (Lc 15,17) ilustra como é importante entrar em si mesmo. Reviu sua vida, preparou as palavras que haveria de dizer e pôs-se a caminho rumo à casa paterna. Sua conversão realizou-se antes de ele se levantar, no momento em que “entrou em si mesmo”. A conversão exterior foi precedida pela interior e recebeu desta o seu valor. Quanta fecundidade neste ‘entrar em si mesmo!’
    Para que a interioridade seja realidade em nossa jornada precisamos mais do que recolhimento, introspecção, concentração. É necessário deixar-nos guiar pelos dons do Espírito Santo. Estes passaram a habitar nossas almas a partir do nosso Batismo, dons plenificados no Sacramento da Confirmação, em vista da nossa santificação.
    Portadores, pois, do Espírito Santo e seus dons, que ajudam em nosso crescimento e progresso espiritual, somos convidados a viver segundo o Espírito que habita em nós (1Cor 12,3b-7.12-13). Conhecemos os seus frutos: “amor, alegria, paz, longanimidade, bondade, fidelidade, mansidão, autodomínio” (Gl 5,22-26), frutos que brotam da árvore da vida interior, quando nutrida pelo mesmo Espírito. Deixemo-lo guiar nossa vivência interior, para assim conduzir nossa santificação, ocasionar os momentos de adoração a Deus e possibilitar o crescimento de Jesus dentro de nós. Foi este o desejo de João Batista: “É preciso que Ele cresça e eu diminua” (Jo 3,30).
    Busquemos a Deus não por necessidades emocionais, desencontros existenciais, falta de opções ou porque Ele é importante para nossas vidas. Procuremos a Deus e o adoremos unicamente em atenção a Ele (Sl 94). O importante não é que Deus seja válido para nós, mas que em Deus encontremos a revelação de tudo o que é verdadeiramente valioso, o norte da nossa existência. Temos a constante necessidade de  criar em nossas vidas espaços vazios para Ele e o mistério de sua presença – o cultivo da interioridade, pela ação do Espírito Santo em nós, é o melhor caminho!

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