(Gn 3,9.15.20; Ef
1,3-6.11-12; Lc 1,26-38)
Introdução
Caros irmãos, prezados fiéis. Na atmosfera de
mais um Advento do Senhor – tempo de espera e de desejo – celebramos hoje a
Solenidade da Imaculada Conceição de Maria Santíssima: dia de alegria e graças para a Igreja e todos nós!
Alegramo-nos
também com nosso D. Gregório Pereira Lima OSB, que hoje, sob o olhar da
Imaculada Conceição de Maria, celebra o Jubileu de Prata de sua Profissão
Religiosa – seus 25 anos de consagração.
Igualmente faremos nossa ação de graças por
vários irmãos da Comunidade que renovam sua alegria pela Profissão Religiosa
feita neste dia – são 14 ao todo!
1. A Imaculada Conceição de Maria / O Dogma
As origens da celebração da Imaculada Conceição
de Maria remontam ao século XI, precisamente na Inglaterra e na Normandia.
Compreendendo que a Conceição de Maria foi um fato miraculoso, visto que sua mãe
Ana teria sido estéril, a Igreja foi ao longo do tempo tomando consciência
sempre mais de que Maria, cumulada de
graça por Deus (Lc 1,28), como
ouvimos no evangelho recém proclamado, foi de fato redimida desde sua
concepção.
Inicialmente considerada uma verdade de fé pelo
Concílio de Basiléia (1439), só em 1854 foi que o Papa Pio IX proclamou o Dogma
da Imaculada Conceição. Maria foi preservada imune de qualquer mancha de
pecado, pois enriquecida por Deus com dons que nenhuma outra criatura recebeu,
porque escolhida antes mesmo de sua conceição para ser a Mãe de Jesus Cristo, Salvador
da humanidade e Redentor dos homens.
2. A Liturgia da Palavra
O que nos disse a Liturgia da Palavra que
acabamos de ouvir?
2.1. A Primeira Leitura
Mostra o drama do pecado original. Este, afastou
os primeiros pais (Adão e Eva) da companhia de Deus, pecado do qual Maria foi
justamente preservada – onde estás?
Contudo, a liturgia de hoje utiliza tal passagem,
não para realçar as conseqüências do pecado (o afastamento de Deus), mas a
promessa de salvação nela incluída: Porei inimizade entre ti e a mulher,
entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o
calcanhar
Como se vê, a descendência de uma mulher vencerá
a da serpente. Quem seria esta mulher? Maria,
a Mãe do Messias! Foi assim, mulher, que Jesus a chamou: Que queres
de mim mulher? (Jo 2,4); Mulher, eis aí o teu filho (Jo 19,26).
Maria,
deste modo, foi reconhecida pela Tradição como a nova Eva, mãe de todos
os viventes. O nó da desobediência
de Eva foi desfeito pela obediência de Maria; o que a virgem Eva ligou pela incredulidade, a virgem Maria desligou
pela fé. Comparando Maria com Eva, chamam-na de mãe dos viventes; e com freqüência
afirmam: veio a morte por Eva e a vida por Maria (Sto. Irineu, cf. Catecismo, 494).
2.2. O Evangelho
Mostra justamente Maria, por sua obediência,
cooperando com Deus na obra da salvação. E para tal, necessitava do auxílio do
Senhor, da Sua graça: Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo. Sem
a graça de Deus, pouco se faz, ou o muito que se faz, pode não ter vitalidade.
É por graça de Deus que o bem é possível!
Cheia de graça, Maria progrediu no caminhar da
fé, do silêncio, da obediência, da esperança, sobretudo, da disponibilidade: Eis
aqui a serva do Senhor, faça-se mim segundo a tua palavra – resposta dada a um chamado exigente e em
condições tão difíceis. Que
belo exemplo de Maria: silenciosa, paciente, disponível a servir e a cooperar,
a viver unicamente da fé e do abandono em Deus!
3. Jubileu
de D. Gregório
Caros irmãos e fiéis, prezado D.Gregório. Que
graça Deus concede-lhe de chegar aos 25 anos de Profissão Religiosa, 25 anos do
seu sim ao chamado de Deus.
Certamente não foi fácil chegar até hoje! Quanta
coisa, quantos desafios, quantas surpresas, circunstâncias ora favoráveis, ora
nem sempre! Mas, assim como a Maria, não faltou a graça do bom Deus para o
senhor renovar este sim até hoje, e até o fim!
Por isso, alegre-se no Senhor, Ele foi fiel e
continuará sendo, Ele continuará fazendo
maravilhas, pois Santo é o seu nome! Nossa Comunidade agradece seu
testemunho de fidelidade, agradece também pelos vários trabalhos – ultimamente
Subprior, Hospedeiro, Capelão do Colégio, Auxiliar na Administração. Que Deus o
conserve disponível e o retribua pela dedicação à Comunidade.
4. A Mensagem
Em Jesus Cristo, São Paulo nos recordou na 2ª
leitura, Deus nos escolheu antes da fundação do mundo, para sermos santos e
irrepreensíveis diante dele no amor.
Hoje, como já falamos, vários irmãos fazem
aniversários de profissão, inclusive eu.
Hoje com Maria, é bom todos nós monges e fiéis
pensarmos na nossa concepção – especial mistério de Deus que nos colocou no
mundo, cada um com uma missão.
Hoje é um bom dia para cada um lembrar as
promessas feitas a Deus no dia da Profissão, é um bom dia para agradecermos o
dom da vida: assim como Maria fomos também nós concebidos em vista de uma
missão.
Não
paremos, continuemos imitando a atitude de Maria. Ela acreditou e por isso
respondeu ao anjo: Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua
palavra. Como Maria, cada um se apresente a Deus para servi-lo e fazer a
sua vontade, e assim nunca faltará a graça necessária para cumprirmos nossa
missão.
Deus é extremamente paciente, sempre espera por
nós! Sejamos-lhes gratos, e não abusemos da Sua paciência, voltemos nosso olhar
constantemente para Ele!
Vivamos com entusiasmo, empenho e compromisso, cultivemos/cuidemos da nossa vocação, alimentemos nossa fé. Nunca
nos esqueçamos: a fé vive da oração! A gente vive como reza, e morrerá um dia
como viveu!
Conclusão
Concluiremos nossa celebração cantando a
Ladainha Lauretana em procissão pelo centro da igreja até ao altar da
Imaculada. Invocando os diversos títulos de Maria, deixemos em suas mãos nossas
alegrias e necessidades, confiemos-lhe os últimos dias deste ano e todos os
dias do novo ano que se avizinha.
Olhemos para o futuro: e que o bom Deus
continue nos assistindo, e Maria intercedendo por nossa caminhada nas estradas
da vida.
Olhemos para o futuro com confiança. Que a
Virgem Maria continue intercedendo!
0 comentários:
Postar um comentário